A Radian Aerospace, empresa focada no desenvolvimento de um avião espacial orbital reutilizável, deu um passo importante em sua jornada para revolucionar o acesso ao espaço. Recentemente, a companhia com sede em Seattle anunciou que concluiu uma série inicial de testes de taxiamento com seu protótipo, o PFV01, em um aeroporto não identificado em Abu Dhabi, Emirados Árabes Unidos.
A Radian Aerospace realizou testes de taxiamento e "saltos curtos" com o PFV01, protótipo de seu avião espacial orbital reutilizável em desenvolvimento. Crédito: Radian Aerospace. |
Os testes incluíram "saltos curtos", com o veículo testando suas características de manobrabilidade durante decolagens e pousos, um marco crucial para a validação de seus sistemas. O PFV01 foi projetado para avaliar a aerodinâmica da futura aeronave espacial da empresa, o Radian One. Este avião espacial será capaz de decolar horizontalmente usando um sistema de trilhos de mais de três quilômetros de extensão e chegará à órbita por meio de motores de foguete, retornando à Terra com um pouso em pista convencional.
Com capacidade para transportar até cinco pessoas e 2.270 kg de carga útil para a órbita baixa da Terra, o Radian One poderá trazer de volta até 4.540 kg de carga em seu retorno. “Já realizamos extensivas simulações e testes em túnel de vento, mas precisamos testar o protótipo para verificar se as previsões analíticas correspondem à realidade”, afirmou Livingston Holder, diretor de tecnologia e cofundador da Radian.
Os testes confirmaram os modelos analíticos da empresa, o que marca um avanço significativo. “É um passo importante validar que nossos modelos teóricos condizem com os resultados práticos”, acrescentou Holder.
A escolha de Abu Dhabi para os testes foi estratégica, facilitada por um parceiro local não revelado e pelo ambiente permissivo da região, permitindo acesso diário ao campo de testes. Além disso, a realização desses testes fora dos Estados Unidos não teve complicações com os regulamentos de controle de exportação, uma vez que o protótipo PFV01 não possui tecnologias espaciais como motores de foguete.
O próximo estágio de testes acontecerá em um aeroporto com uma pista mais longa na região, possibilitando voos mais prolongados para testar o manuseio da aeronave. Holder não forneceu um cronograma específico, mas esses novos testes poderão ser realizados com o mesmo protótipo PFV01 ou com uma versão modificada.
Paralelamente aos testes de voo, a Radian também está desenvolvendo outros componentes do projeto, como o sistema de proteção térmica da nave e a produção de um tanque de propelente com materiais compósitos. “Estamos muito satisfeitos com o progresso até agora, sem grandes surpresas no desenvolvimento das principais tecnologias”, celebrou Holder.
Em busca de recursos para os próximos estágios, a Radian, que já levantou US$ 27,5 milhões em uma rodada inicial de financiamento no início de 2022, está negociando sua próxima captação de recursos. A empresa também tem mantido conversas promissoras com potenciais clientes, convertendo cartas de intenção em contratos firmes, sinalizando que o mercado acredita no potencial do avião espacial da Radian para transportar cargas tanto para a órbita quanto no retorno à Terra.
“Uma coisa é uma empresa ter uma ideia: o que seu produto vai fazer e quem ele vai beneficiar. Mas é outra quando o mercado realmente acredita nisso – e a resposta é que eles acreditam”, concluiu Holder.
Com informações de SpaceNews.
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