A antena que se pode apreciar na Figura 1 é destinada a operar nas faixas de 80 e 40 metros. Sua disposição, em oposição aos dipolos clássicos, assegura uma quase omnidirecionalidade. Sua construção com os extremos mais baixos que a parte central permite esta condição além de maior ganho. Também o espaço ocupado, em linha reta, é menor.
Figura 1 — Antena Dipolo para 80 e 40 metros com "trap". |
O mastro central deverá ter uma altura de 6,5 a 8,5 metros e os mastros laterais devem ter uma altura que permita um ângulo de 90º entre os dois lados do dipolo.
Os lados da antena possuem bobinas tipo "trap" (armadilha) destinadas a permitir o funcionamento das duas faixas de frequência. Na Figura 1 temos um desenho completo da antena. Na Figura 2, o detalhe das bobinas "traps". Devem ser enroladas sobre um tubo isolante, de plexiglass, para evitar perdas. Tubos de PVC utilizados para água e luz não servem, pois com radiofrequência apresentam grandes baixas de resistência.
Figura 2 — Detalhes da construção da bobina. |
Na Figura 3 temos o detalhe da parte central da antena, o separador das "pernas" do dipolo e sua conexão ao cabo coaxial. Esta peça deverá ser construída. Utiliza-se uma chapa de plexiglass de 3 a 4 milímetros de espessura e recorta-se com uma serra na forma indicada na figura. Se o mastro de sustentação central for de madeira (materiais isolantes são ideais) deve, na parte superior, ter uma disposição para que o separador central da antena se encaixe. A sugestão da Figura 3 é adequada porém pode ser testada outras soluções. O importante é que este separador seja sólido e fique firmemente instalado no topo do mastro, afinal vai receber esforços do dipolo em direções opostas além de suportar eventuais ventos.
O detalhe construtivo das bobinas "traps" são o seguinte: o diâmetro do tubo deve ser de 30 milímetros e a extensão total de 220 milímetros. O fio a ser enrolado deverá ser esmaltado, de 1 milímetro de diâmetro, com espiras juntas (enrolamento cerrado). A extensão do enrolamento é de 220 milímetros e, possivelmente, no ajuste final, será necessário remover algumas espiras. O mesmo pode acontecer com a extensão propriamente dita.
Figura 3 — Detalhe do isolador central. |
Na Figura 3 há ainda o detalhe da ligação do cabo coaxial, tipo RG 58 ou RG 8. Estas conexões devem ser bem soldadas e um pouco de adesivo de silicone deve ser aplicado para vedar completamente a junção, evitando assim a penetração de umidade que irá provocar corrosão na malha e no próprio fio do cabo coaxial.
O cabo coaxial deverá baixar ao longo do mastro central, na maior distância possível pois deve ser evitada uma posição paralela com a antena.
Uma vez pronta a antena e instalada, deve-se proceder ao ajuste. Um instrumento para indicação de ondas estacionárias (ROE) será necessário. Em 40 metros, se o ponto de ressonância cair fora da faixa, para menos, deverá diminuir um pouco a extensão de 10,25 metros do dipolo. Para o ajuste dos 80 metros, em lugar de alterar o comprimento da seção de 1,24 metros, deve procurar ajustar o "trap" variando o número de espiras para que a antena entre em ressonância na frequência do transmissor ou pelo menos na parte central da faixa de 80 metros. Esta parte é trabalhosa, reconhecemos, porém é efetuada uma só vez, de modo definitivo e por isto vale a pena dedicar tempo e cuidado na tarefa. Uma vez terminada a antena dipolo inclinada, poderá iniciar seus chamados e certamente irá efetuar vários DX.
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