Em 18 de fevereiro de 2021, há um ano, o rover Perseverance da NASA pousava no Planeta Vermelho.
Pesando cerca 1.025 kg, Perseverance é o rover mais pesado que já pousou em Marte. Desde então, o rover coletou as primeiras amostras do núcleo de rocha de outro planeta (está carregando seis até agora), serviu como uma estação base indispensável para o Ingenuity, o primeiro helicóptero em Marte, e testou o MOXIE (Mars Oxygen In-Situ Resource Utilization Experiment), o primeiro protótipo de gerador de oxigênio em Marte.
Perseverance, recentemente, também quebrou o recorde de maior distância percorrida por um rover em Marte em um único dia, viajando quase 320 metros em 14 de fevereiro de 2022, executando todo o trajeto usando o AutoNav, o software de condução autônoma que permite ao rover encontrar seu próprio caminho em torno de rochas e outros obstáculos.
Ele já quase encerrou sua primeira missão científica na Cratera Jezero, um local que continha um lago há bilhões de anos e apresenta algumas das rochas mais antigas que os cientistas já conseguiram estudar. Rochas que registraram e preservaram ambientes que antes hospedavam água, são locais privilegiados para procurar sinais de vida microscópica antiga.
Usando uma broca na extremidade de seu braço robótico e um complexo sistema de coleta de amostras, Perseverance está coletando núcleos de rocha do chão da cratera, o primeiro passo da missão Mars Sample Return (Retorno de Amostras de Marte). As amostras que o rover vem coletando fornecerão uma cronologia fundamental da formação da Cratera Jezero.
Nas próximas semanas mais duas amostras de rocha do tipo "Ch'ał" (termo Navajo para "sapo") serão coletadas. São rochas escuras observadas em grande parte do chão da cratera. Se amostras dessas rochas chegarem à Terra, os cientistas acreditam que elas podem fornecer uma faixa etária para a formação da cratera Jezero e o lago que lá existiu.
Os cientistas podem aproximar a idade de um planeta ou da superfície da Lua contando suas crateras de impacto. Superfícies mais antigas tiveram mais tempo para acumular crateras de impacto de vários tamanhos. No caso da Lua, os cientistas foram capazes de refinar suas estimativas analisando amostras lunares do projeto Apollo. Eles tomaram essas lições para deduzir as estimativas de idade das superfícies em Marte. Mas ter amostras de rocha do Planeta Vermelho melhoraria as estimativas e ajudaria a conhecer melhor a história geológica de Marte.
A missão tem muitos desafios. A primeira tentativa do rover de perfurar e coletar um núcleo de rocha, retornou vazia, levando a uma extensa campanha de testes para entender melhor esses tipos de rochas frágeis. A equipe também precisou limpar as pedras que haviam caído na parte do sistema de amostragem que contém as brocas.
O companheiro aéreo da Perseverance, o Ingenuity Mars Helicopter da NASA, ficou parado por quase um mês após uma tempestade de poeira, antes de recentemente retomar seus voos. Originalmente programado para voar cinco vezes, o helicóptero completou com sucesso 19 voos até agora, fornecendo uma nova perspectiva do terreno marciano e ajudando a equipe da Perseverance a planejar o caminho à frente.
A oeste de "Octavia E. Butler Landing", onde Perseverance começou sua jornada, estão os restos de um delta formado por um antigo rio que alimentava o lago na Cratera Jezero. Os deltas acumulam sedimentos ao longo do tempo, potencialmente acumulando matéria orgânica e possíveis bioassinaturas (sinais de vida) que podem estar no ambiente. A missão espera alcançar esse destino em breve.
Vídeo: Pouso do Rover Perserance em Marte
Com informações de Phys.org
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