quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

Empresa espanhola "Acciona" avalia nanossatélites para detectar vazamentos de água

Tubulação de água

A empresa espanhola Acciona está iniciando testes piloto de um nanossatélite na mina chilena de Cerro Negro para detectar vazamentos no transporte de água.

O valor do investimento para esta iniciativa é de 30 mil euros (US$ 34.300).

A mina, localizada em Copiapó, possui uma usina dessalinizadora com capacidade de 600 l/s para abastecimento próprio e para levar água para cidades próximas.

“Avaliamos drones e dirigíveis, mas, finalmente, optamos por satélites porque a área a cobrir era muito grande”, disse o gerente de inovação da Acciona, Carlos Castro, à BNamericas.

A empresa está em fase de testes de soluções com inteligência artificial e satélites de observação da Terra para detecção de vazamentos, atividade que hoje é feita manualmente na mina, percorrendo os 200 km de dutos em veículo com operadores.

O uso da tecnologia permitirá eliminar riscos para os operadores que hoje trabalham em terrenos perigosos, além de reduzir o consumo de combustível, contribuindo para a sustentabilidade.

Para esse teste, a Acciona utiliza imagens dos satélites GeoSat 2 e Sentinel 1 e 2, do programa Copernicus da Agência Espacial Europeia (ESA).

Os nanossatélites, muito menores que os satélites convencionais de observação da Terra, também são bem mais baratos.

“Pode-se sugerir que uma empresa como a Acciona, que tem projetos em nível global, adquira um desses nanossatélites para reduzir custos operacionais, mas primeiro temos que justificar e demonstrar os benefícios do uso dessa tecnologia”, disse Castro.

A Acciona está trabalhando nesses testes com a startup Open Cosmos, que planeja levar uma constelação de 30 nanossatélites ao espaço para observação da Terra.

Como os satélites têm um tempo de revisita ao local de cerca de uma semana, uma alternativa é comprar um satélite e depois compartilhar dados não utilizados entre empresas que compraram satélites da mesma constelação.

No Chile, os pilotos estão sendo realizados apenas para vazamentos de água, mas a Acciona também está trabalhando para determinar como usar a tecnologia para detectar algas e fontes oleosas.

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL

Como as imagens de satélite de alta resolução são caras – cerca de 4 mil euros por imagem – a Acciona inicialmente usa algumas imagens de alta resolução com outras imagens gratuitas do programa Copernicus.

A empresa espanhola está treinando uma inteligência artificial para poder aproveitar imagens gratuitas (de resolução menor que as comerciais) para poder detectar o mesmo que com imagens de alta resolução.

Nos testes piloto verificou-se que, nas faixas do infravermelho, é possível observar pontos de derramamento de água que poderiam ter ocorrido até dois dias antes.

Nesse primeiro teste, 10 imagens da mesma área estão sendo analisadas.

O projeto teve início em outubro e os primeiros resultados são esperados entre março e abril.

Com informações de bnamericas

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