Motores russos RD-180 |
A invasão russa da Ucrânia pode ter sérios efeitos na comunidade espacial.
A situação é sensível e complicada no mundo espacial, dado que a Rússia é um parceiro-chave na Estação Espacial Internacional e também fornece componentes de foguetes para duas empresas de lançamento dos EUA.
O foguete Antares da Northrop Grumman é mais conhecido por lançar missões de reabastecimento robótico Cygnus para a estação espacial. Antares apresenta um primeiro estágio construído pela Ucrânia composto por dois motores RD-181 fabricados na Rússia.
A Northrop Grumman anunciou que todo o equipamento necessário para as duas próximas missões estão disponíveis, mas o futuro é incerto.
No entanto, a ISS não ficará sem abastecimento se o fornecimento dos motores RD-181 pararem. A NASA tem a opção de usar cápsulas SpaceX Dragon, que já entregam carga para a estação. A NASA ainda não publicou datas para as próximas missões em seu calendário de lançamentos.
Mais incerto é a situação com a nave de carga robótica Progress da Rússia, que é em grande parte destinada a reabastecer o lado russo da estação. A Progress também faz reboosts regularmente na ISS, para evitar que ela perca altitude na órbita baixa da Terra. Cygnus vai fazer um reboost operacional pela primeira vez durante sua missão atual, talvez para demonstrar uma capacidade de backup.
Também potencialmente afetada por interrupções de fornecimento seria a ULA (United Launch Alliance), que usa motores RD-180 fabricados na Rússia para seu foguete Atlas V que envia inúmeras missões ao espaço todos os anos.
Os próximos lançamentos do Atlas V incluem o satélite de observação GOES-T Earth, que está programado para 1º de março, e o Teste de Voo Orbital-2 (OFT-2) da cápsula Starliner CST-100 da Boeing, que deve ocorrer no final de maio.
OFT-2 enviará a Starliner em um teste não tripulado para a ISS, para demonstrar que está pronto para transportar astronautas para a NASA. Como o nome indica, OFT-2 será a segunda tentativa da Boeing nesta missão, após uma falha que ocorreu em dezembro de 2019.
A ULA ainda não prevê quaisquer questões na cadeia de suprimentos relacionadas com o conflito Rússia-Ucrânia, pois já tem todos os RD-180 que necessita, até fazer a transição para o novo veículo de lançamento Vulcano.
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