Uma imagem do telescópio Hubble (NASA/ESA) revelou a presença de jatos emitidos pelo buraco negro supermassivo central da Via Láctea. Embora essas emissões não sejam visíveis no espectro de luz observável pelo Hubble, podemos ver o rastro em direção a uma enorme nuvem de hidrogênio.
Normalmente, o buraco negro central de nossa galáxia, conhecido como Sagitário A* (ou Sgr A*) é descrito como “adormecido”, porque não há muita evidência de que esteja se alimentando de matéria e emitindo jatos relativísticos. Ainda assim, parece que ele não está passando muita “fome”, em escalas maiores de tempo.
A imagem compartilhada pela NASA em dezembro mostra jatos fracos saindo do centro da Via Láctea, abrindo o caminho na nuvem de hidrogênio. Isso significa que o Sgr A* provavelmente se alimenta de alguma matéria — embora esses jatos sejam muito mais fracos e menores que os das galáxias com centro ativo.
Esta imagem é composta de dados coletados em raios-X e mostra o gás molecular e o gás ionizado quente perto do centro galáctico. Os detalhes em laranja são de gás hidrogênio brilhante. Perto do buraco negro, há observações de raios-X de gás superaquecido colorido em azul e gás molecular em verde.
Migalhas da refeição do buraco negro Sgr A*
Em 2013, cientistas encontraram evidências de um jato ao sul do buraco negro, através dos dados em raios-X detectados pelo observatório Chandra e ondas de rádio detectadas pelo telescópio Very Large Array. Este jato parecia estar se espalhando pelo gás perto do buraco negro.
Acontece que, normalmente, os buracos negros que se alimentam emitem dois jatos, um de cada um de seus polos. Por isso, Gerald Cecil, da Universidade da Carolina do Norte, e sua equipe internacional, juntaram observações de vários comprimentos de onda de uma variedade de telescópios.
Eles encontraram nas imagens de comprimento de onda infravermelho do Hubble uma bolha brilhante e inflada de gás quente que se alinha ao jato a uma distância de pelo menos 35 anos-luz do buraco negro. Sua equipe sugere que o jato do buraco negro se chocou contra ele, inflando a bolha.
À medida que sopra através do gás, o jato atinge o material e se dobra ao longo de vários fluxos. O coautor do estudo Alex Wagner, da Universidade de Tsukuba, no Japão, explica que "nosso buraco negro central claramente aumentou em luminosidade pelo menos 1 milhão de vezes no último milhão de anos. Isso foi suficiente para um jato perfurar o halo galáctico."
O jato diverge de um feixe em formato de lápis para se dividir em gavinhas, “como um polvo”, disse Wagner. Esse fluxo cria uma série de bolhas em expansão que se estendem por pelo menos 500 anos-luz. Essa estrutura maior de "bolha de sabão" foi mapeada em vários comprimentos de onda por outros telescópios.
Fonte: NASA
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